Repetição espaçada
É muito difícil lembrar de tudo que estudamos, porém, existem técnicas que podemos usar para lembrar mais e melhor. A medida que memorizamos algo a informação tende a desaparecer de nosso cérebro se não a acessarmos regularmente. A figura abaixo exemplifica essa característica de nossa memória.
De forma genérica, se no momento 1 estudamos um determinado assunto tendemos a esquecê-lo após o momento 2, porém, se revisitarmos o material no momento 2 conseguiremos armazená-lo até o momento 4 e assim por diante.
Com a repetição espaçada acessamos a informação em intervalos cada vez maiores de acordo com a retenção atual em nosso cérebro. Isso é representado pelo sistema Leitner no qual usamos “cartões” e “caixas”. Os cartões representam a informação que estamos tentando memorizar: de uma lado temos uma pergunta e do lado contrário temos a resposta. As caixas indicam a frequência com a qual eu tenho que acessar os cartões daquela caixa. Por exemplo, podemos ter as caixas “diário”, “semanal” e “mensal”. Todos os dias vamos verificar todos os cartões da caixa diária. Se acertarmos a informação movemos o cartão para a caixa “semanal”. Se errarmos vamos manter ela na caixa diária. Uma vez por semana vamos analisar os cartões da caixa semanal: se acertarmos movemos o cartão para a caixa “mensal” se errarmos movemos o cartão para a caixa diária. Um raciocínio semelhante ocorre com a caixa mensal: se errarmos movemos o cartão para a caixa diária (sinal de que precisamos revisar esse material com mais urgência) e se acertarmos mantemos o cartão na caixa mensal.
A imagem abaixo exemplifica o sistema Leitner.
A medida que vamos dominando o material, os cartões são movidos para caixas de revisão mais distantes, se erramos, os cartões voltam para caixas de repetição mais próximas.
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A melhor forma de aproveitar todo o potencial da técnica de repetição espaçada é utilizar um software específico para esse fim. Uma das maiores vantagens dessa abordagem é que as caixas passam a ser quase infinitas: o programa verifica como está a retenção do conhecimento para aquele cartão e o agenda para revisão numa data posterior definida por ele. Diariamente, quando abrimos o programa, ele nos apresenta os cartões que precisamos avaliar hoje (e eventuais cartões de outros dias que tenhamos pulado). Toda vez que avaliamos um cartão, o software nos pergunta o quão fácil foi relembrar a informação. Se foi muito difícil, o cartão aparece mais cedo e se tiver sido muito fácil, ele aparecerá bem mais adiante.
O software que eu uso é o Anki. Ele possui versões para Windows, Linux, Mac, iOS, Android e ainda possui uma versão web. O Anki aceita imagens, áudio e vídeo além de texto para os “flashcards”. Todos os dados são sincronizados com a nuvem: posso começar a trabalhar no celular, continuar no computador e finalizar na web. Outra vantagem do Anki é que seu código fonte é aberto: caso o desenvolvedor atual pare de evoluir o sistema a comunidade pode fazê-lo, praticamente eliminando o risco de usarmos um software desatualizado.