Gênios
Todos nós podemos citar diversas pessoas que são consideradas gênios. Ao ler o título desse post você provavelmente pensou em Einstein, Mozart, Stephen Hawking, Bill Gates, Steve Jobs ou outros, afinal, a lista é grande.
Você sabia que em muitos casos, o que entendemos como genialidade não é necessariamente um dom que diferencia esses ícones de nós “seres humanos normais”? E se eu te dissesse que existe outra explicação? Afinal qual é o segredo dos gênios (ou pelo menos de alguns deles)?
Bill Gates
Vejamos o exemplo de Bill Gates. O fundador da Microsoft é considerado por muitos como um gênio, afinal 
de contas ele construiu um império. Obviamente Bill Gates é um homem inteligente (seu QI é 160, igual ao de Einstein) porém, analisando sua história é possível perceber que isso sozinho não seria suficiente para fazê-lo chegar até onde chegou.
Quando Bill era jovem computadores eram uma total novidade e era muito difícil ter acesso a um deles. Estamos falando de dispositivos que perdem feio para os smartphones que temos hoje, apesar de terem sido as máquinas mais avançadas da época. Bill, porém, teve amplo acesso a computadores desde muito jovem. Quando ele estava na oitava série, em 1968, sua escola adquiriu um (era a única que tinha um computador na região) e Bill teve acesso quase irrestrito a ele. Mais tarde Bill também teve acesso a computadores na universidade de Washington. Eram máquinas dos departamentos médico e de física que não era utilizadas durante a madrugada. Bill costumava “fugir” de casa para usar os computadores da faculdade e passava a noite programando. Essa era sua obsessão.
Outras oportunidades como essas surgiram na vida dele de tal forma que no momento que Bill Gates saiu da universidade para fundar a Microsoft ele tinha tido mais acesso a computadores que a vasta maioria dos americanos da sua idade. Essa “vantagem” foi essencial para que o império Microsoft existisse.
Mozart
Mozart é conhecido mundialmente como um dos maiores compositores que já existiram. Ao longo de sua curta carreira (ele morreu precocemente aos 35 anos) lhe foram atribuídas mais de 600 composições. Ele produziu sua primeira obra aos 6 anos de idade. Isso tudo seria suficiente para rotular Mozart como um gênio, porém a história não se resume a isso.
Primeiramente é importante que saibamos que o pai de Mozart, Leopold, era um professor de música clássica que também compunha e escrevia livros técnicos usados no ensino de música. Aos 3 anos de idade Mozart começou a ter aulas com seu pai e então aos 6 anos compôs sua primeira obra. Essa obra é impressionante se pensarmos que vem de um garoto de 6 anos, porém:
- nessa mesma época o pai de Mozart havia coincidentemente parado de compor
- obra em si está escrita usando a caligrafia de Leopold
- a família de Mozart estava passando dificuldades financeiras e o reconhecimento do pequeno Mozart como um prodígio estava trazendo dinheiro para casa por meio de suas apresentações
Diante de tais fatos a crença atual é que as primeiras obras atribuídas a Mozart, são, na realidade, de autoria de seu pai Leopold. Isso quer dizer que Mozart foi uma farsa? Não é para tanto. Mozart compôs verdadeiras obras primas, mas isso só ocorreu bem mais tarde em sua carreira, por volta dos 20 anos de idade. Durante todo esse tempo, Mozart:
- nunca parou de praticar
- não parou de ter aulas com grandes professores
- não deixou de ler o trabalho de outros músicos
- não deixou de presenciar apresentações de outros grandes ícones
- teve contato com grandes mestres da música
Isso fez com que Mozart acumulasse uma experiência gigantesca, possibilitando a ele atingir o status que tem hoje. Mozart não nasceu gênio, mas muitos concordam que ele se tornou um ao longo da vida.
O segredo
As histórias relatadas neste post, e outras mais, são contadas no ótimo livro de Malcolm Gladwell: “Fora de Série”. No livro é revisitada uma pesquisa feita por psicólogos (dedicados ao estudo do “expertise” humano) que conclui que são necessárias 10000 horas de prática para que uma pessoa se torne tão boa quantos os melhores do mundo em seu campo de atuação. Ou seja, da próxima vez que você ouvir que uma determinada pessoa é um gênio procure entender mais de sua história e determine se ela se encaixa no que falamos aqui ou se trata de um caso a parte, um autêntico gênio.
Ah, e se você quiser ser considerado um gênio já sabe o segredo: pratique!
